quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Conselho de amigo

Mas eu te digo, um dia irás perceber:

O tempo que perdes hoje, chorando por coisas vãs,
Jamais será resgatado em doces amanhãs.

Faça o que te faz feliz, pense no que te faz sorrir.
Ganharás mais, apenas por existir.

Divide o teu saber e o teu ignorar
Doe-se sem medo, entenda o que é amar.

Não deixe que tudo se torne um mero acontecer,
Sem que domes o teu destino, para nele fenecer.

Sê tu, sim, vontade constante, força motriz
de planos vibrantes, para que possas dizer: eu fiz.

Cria as tuas crias, sem nada delas cobrar
Desapega-te de tudo isso e terás aprendido a voar!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

É pra cambret ou pra quebrar?

Como boa Zoukaholic, estava fuçando pela internet algumas imagens e artigos sobre Zouk pra compartilhar com os Clandeztinoz. Eis que me deparo com um comentário em um determinado blog que me deixou, por um lado, inquieta, e por outro, reflexiva.


Dizia mais ou menos o seguinte: “A dança de salão deve ser uma atividade independente da idade, ou seja, da criança ao idoso. O Zouk é um estilo que é mais apreciado pelos dançarinos de tribo mais jovem. O Zouk é um ritmo não muito adequado para os que passaram de uma determinada faixa etária e principalmente para as pessoas com problemas de coluna.”

Ora, um tanto quanto incoerente tal opinião, o que me levou a dois pensamentos. Vamos ao primeiro: ao mesmo tempo em que diz que a dança de salão independe da idade, carimba o Zouk como um ritmo não adequado aos de mais idade. COMO ASSIM CIDADÃO? Nisto fiquei inquieta.

Não penso ser o zouk inadequado aos que simplesmente “passaram de uma determinada faixa etária”. Que preconceito é esse? Seria porque o Zouk tem como uma de suas características a sensualidade dos movimentos? Ou seria pelos contorcionismos e força muscular exigidos pelos cambrets, jogos de pescoço e enlace de braços?

Sentir-se bem ao dançar, qualquer que seja o ritmo, é o que importa realmente. Desde que o dançarino, seja ele adolescente ou sexagenário, esteja à vontade, curtindo a música e o ritmo, e ficando feliz, não há que se falar em inadequação.

Limitante a idéia de rotular este ou aquele ritmo como sendo destinado a uma faixa etária apenas. É como dizer que o Bolero não é para ser dançado por jovens. Pura generalização.

Concordo que pode ocorrer maior identificação de uma faixa etária com determinado ritmo, por conta de características que possam estar presentes em ambos, mas daí a se falar em inadequação, pura e simplesmente por causa da idade, é o tipo de pensamento preconceituoso e inconcebível.

Se a pessoa está saudável, e possui uma boa condição física, que importa se ela tem 20, 30, 40, 50 ou 60 anos para dançar Zouk? Por que se privar do prazer de dançar ZOUK por achar que por ter esta ou aquela idade irá se expor ao “ridículo”? Para se dançar não tem idade.

E aqui chegamos à segunda reflexão: é fato que alguns dos passos do Zouk, os cambrets, por exemplo, exigem mais do corpo do dançarino, principalmente da coluna, sendo contra-indicados aos que portarem algum tipo de problema nesta região. Assim sendo, deve-se, prudentemente, evitar os movimentos que exigirem demais da coluna e pescoço, mas isso não significa que a pessoa será banida do Zouk.

Há muitas outras formas de dançar. O Zouk não é só cambret, jogadas de pescoço e contorcionismos. Uma base bem executada, um giro equilibrado, uma “patinha” realizada com graciosidade, e claro, tudo isso aliado à uma expressão facial marcante, ou um belo sorriso, deixam a dança bonita e proporcionam satisfação aos dançarinos e a quem assiste.

E mesmo para aqueles que não tem nenhuma limitação física, a preparação para se dançar é indispensável. Como nos orientam nossos queridos professores, é importantíssimo alongar-se antes, para evitar lesões. Aquele lindo jogo de cabeça, que as damas fazem e que torna o movimento tão fluido, demanda uma flexibilidade no pescoço. É comum, estarmos dançando e de repente ouvir um estalo de vértebras.

Damas e cavalheiros devem estar conscientes para executar tais passos de forma adequada e segura, respeitando os limites do corpo. Por isso, é importante que os cavalheiros lembrem-se que uma dama não é igual à outra, logo, o passo não sairá exatamente igual com todas, e que não poderão realizar determinados passos com todas as damas. Tem que respeitar a limitação do par.

Da mesma forma, as damas não podem esperar que a condução seja a mesma, devendo estar atentas à maneira de conduzir de cada cavalheiro, pois cada um tem jeito próprio de indicar o passo a ser executado.

Em ambos os casos, deve-se considerar que os dançarinos, sejam damas ou cavalheiros, poderão não obter êxito na realização do passo, dependendo de sua condição física e do estágio em que se encontrarem no aprendizado de Zouk. Isso, aliás, se aplica em qualquer outro ritmo.

Enfim, é bom lembramos sempre que, embora o ritmo e os passos sejam os mesmos, os dançarinos não o são. Cada um é um universo diferente do outro. Cabe a nós, dançarinos aprendizes, nos descobrirmos e descobrirmos uns aos outros em nossos universos, respeitando os limites de nosso corpo e do parceiro, independente de idades e habilidades, e assim extrair de nossa dança as melhores POSSIBILIDADES, afinal ZOUK também é pra cambret, mas não pra quebrar!!!.

(Escrito em 23.03.2009 para o Clandeztinoz Zouk - grupo de amigos que adora dançar Zouk)

sábado, 21 de agosto de 2010

De Ocasião

Te quero, mas só por hoje

Penso em ti quando tô carente

Morro de saudades, mas nunca marco um encontro

Gosto de sua companhia, desde que não tenha mais ninguém por perto

Amo conversar contigo... sobre os meus problemas

Te acho legal, porquê você ri das minhas piadas

Não te vejo há séculos, mas somos amigos de infância

Conte comigo, se não for atrapalhar minha rotina

Lembrei de ti outro dia: precisei de uma consultoria na sua área

Claro, vamos sair sim, se for no seu carro

Não posso falar agora, mas daqui a dois dias retorno tua ligação

Te adoro, principalmente quando você concorda comigo!

Funciona assim: eu peço, você faz! Sem questionar, óbvio.

Ah, naquele dia? Não pude ir, tive que levar o cachorro da minha vizinha ao pet shop

Qualquer coisa, passa lá em casa, mas liga primeiro porque posso estar ocupado.

Desculpa, esqueci de fazer o que você me pediu... aliás, o que foi mesmo que você me pediu pra fazer?

Virtualmente nos damos muito bem!

Por que não te respondi? A conexão caiu e não consegui mais entrar

O que mais você quer de mim?

Uma vez ao ano, ainda te mando um scrap porque o orkut me lembra do teu aniversário!

Por isso que te gosto: vc me entende!

Desnudando

Escrever é despir-se. Pode ser aquela tirada de roupa básica, pra tomar uma chuveirada, ou então aquele striptease caprichado que você faz para o objeto de seu desejo em um dia especial.


De qualquer jeito vc acabará nu... às vezes na penumbra, às vezes sob holofotes...mas sempre NU. Você pode até utilizar uns acessórios pra disfarçar as imperfeições ou utilizar alguns artifícios pra esconder o que não quer que seja visto por completo.... mas algo de você sempre vai ficar à mostra, deixando-o vulnerável...

Escrever é correr riscos:

- Não ser compreendido ou ser compreendido (nem sei o que é pior),

- Ser mal interpretado e julgado: culpado? inocente? medíocre?

- Ou o que pode ser ainda mais frustrante aos mais sensíveis: ser ignorado.

- Vc pode achar q acabou de parir um texto super-ultra-mega criativo para logo depois cair na real de que trocentas milhões de mentes já abordaram aquele tema, já utilizaram aquela mesma idéia, e o que é mais desesperador, de uma forma melhor que a sua!!!!!!

Mas não importa. Fosse isso empecilho, ninguém escreveria mais nada. A questão-chave, a meu ver, se encontra no fato de que quando você se expressa por escrito, preto no branco, o comprometimento é maior porque o conteúdo fica perpetuado. Está ali, concretamente, pra ser visto a qualquer hora por quem queira. O pensamento se concretiza, ali no papel, ou na tela do computador (como queira). E nesse mundo de internet, blogs, emails, redes sociais e afins, a coisa não só se eterniza, mas se propaga rapidamente.

Diferente da linguagem oral, menos “palpável”, por assim dizer. Como diriam alguns: palavras o vento leva... Se não consegue se expressar falando, que seja escrevendo. Quem gosta de escrever, tem NECESSIDADE de escrever, senão Implode.

Eu preferi Explodir... e despir-me da concha protetora... assumir os riscos... e encarar a nudez do que vai em minha cabeça e em meu coração, nem que seja só pra mim... pois ainda que não seja inédito, nem genial, ainda que não seja lido, nem tão pouco compreendido, o que colocar aqui faz parte de mim e pelo menos pra mim fará algum sentido...ou não.

TEST DRIVE

Escrever é despir-se.