terça-feira, 23 de novembro de 2010

Zezinho e As Cariocas - Parte II

Notei certo desinteresse no episódio de hoje, então perguntei:
- Filho,não quer assistir As Cariocas hoje?
- Não quero, mãe.
- Por quê? (já prevendo o que viria)
- Porque não vai aparecer mulher pelada! (com aquele sorriso sacana de novo)

Não satisfeita, ao fim do episódio, quando temos a prévia do seguinte, insisto:
- E o próximo, você vai ver?
- Ah,esse vou.

Detalhe: a protagonista será a Grazi Massafera. No de hoje foi a Sônia Braga! ;D 

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Psicologia do Zezinho

- Mãe, hoje é dia de dormir com a Vovó.
- Ah, dorme comigo, filho! (toda cheia de manha pra ver o jeito dele)
- Não mãe, hoje é dia da minha Vó! (e ele nem aí pra mim)
- Mas filho, tenho medo de dormir só! (em tom de chantagem emocional mesmo)
- Mãe, vc tem que aprender a superar teus medos!!! (todo cheio de razão)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Convicção, Atitude e otras cositas más

      Dia desses, estava revendo o filme P.S. EU TE AMO. Nele há uma personagem secundária, porém bem engraçada e interessante, interpretada por Lisa Kudrow (a Phoebe do seriado Friends). Ocorre que, quando ela se sente atraída por um homem, logo procura travar um diálogo com ele, fazendo um questionário com perguntas bem objetivas do tipo:
  1. Vc é solteiro?
  2. Vc é gay?
  3. Vc trabalha?
             E se o candidato não responde de acordo com as expectativas dela, tornando inviável que aquele encontro se transforme em um relacionamento sério, ela nem se dá ao trabalho de fazer o test-drive do beijo pra averiguar se há a tal da “liga” (clique, pele, como queiram chamar) e simplesmente o larga lá falando sozinho pra não perder mais tempo, já que está plenamente convicta do que busca e quer pra si em termos de relacionamento.  
                
            É uma boa técnica. Fiquei pensando em como seria meu questionário... Com certeza começaria com as mesmas dela (são básicas), mas acabaria por acrescentar outras, como por exemplo:
            - Vc Fuma? Bebe?
      - É baladeiro ou gosta de ficar em casa?
      - Gosta de dançar? Sabe dançar? (Dança de salão de preferência kkkk)
      - Gosta de cinema?
      - Gosta de conversar?

            Entre outras tantas... mas deixe pra lá, que o que quero mencionar aqui é outra cena bem mais interessante. Ela está em um bar com uma amiga e um amigo, quando ela faz o seguinte comentário a respeito de um homem que chama sua atenção:  - “Olha só ele é uma delícia! Que bumbum lindo”
            O amigo a critica perguntando: - ”Por que você tem que ser tão vulgar, como se os homens fossem pedaços de carne?”
            Ao que ela responde com um sorriso: -“Desculpe, esqueci que você se melindra porque tem bundinha murcha”.
            Ele insiste, muito “P” da vida: -“Por isso você não é casada. Age como homem e aí se queixa que os homens não a querem”.
            E ela novamente sorrindo com certo sarcasmo replica: -“AH, é por isso então? Porque eu achava que era por outro motivo. Pensei que fosse por eu achar que mereço o melhor! E ele existe, só que está com as mulheres erradas. E pra ser mais clara ainda: por séculos, os homens olharam meus peitos em vez de olhar nos meus olhos e apertaram meu traseiro, em vez de apertar a mão. Então, com licença, agora eu tenho todo o direito de olhar para o traseiro de um homem com apreciação vulgar e barata, SE EU QUISER”. E ri mais ainda!
            BRAVO! TOUCHÉ! O amigo calou-se! E essa atitude dela me lembrou muito algumas amigas minhas! Carapuças caiam, este é o momento!!!!!!!!!! ;D


            Só pra concluir. Em outra cena, na mesma noite, ela começa o diálogo de sempre com o cara do bumbum bonito. Tendo ele respondido tudo a contento, ela resume: “Então, você é hétero, solteiro, tem seu próprio negócio”.
             E ele, com um charmoso sorriso no rosto: ”Isso, se quiser lhe levo pra conhecer minha loja”. Ela, muito impressionada e também sorrindo: “AH claro, mas, antes, deixe eu fazer uma coisa...”

            Antes que ela sequer fizesse menção de beijá-lo (o teste final, claro), ele a segura pelo cabelo e pescoço, puxando-a para junto de si e largar-lhe aquele beijão cheio de pegada!

            Ela suspira e ao final do beijo, meio atônita e com um sorrisão ainda tem uma pergunta: - ”Qual é o meu nome mesmo?” Ao que ele responde, sem hesitar, o seu próprio nome (o que, confesso, não entendi se foi um erro de edição, do ator, ou se estava no roteiro mesmo querendo insinuar que ele quis mesmo confundi-la).

            E ela finaliza: - “Por onde vc andava?”.  -“Com todas as mulheres erradas”, ele responde. E beijou de novo. Bom, ela casou com ele!!!!
            Atitude é tudo!!!!!!!!!  Tanto a dela, quanto a dele!
            Sem esquecer, claro, da tal da “pegada” e da “liga” também! ;D

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Zezinho e a Fada do Dente

- Filho, o q vc quer q a Fada do dente traga?
- Joguinhos de futebol, bonecos de futebol.
- Tá, vou passar email pra ela.
- Qual é Mãe!? Eu sei quem é a fada do dente!
- Hum... E quem é?
- Tu, claro, que é quem sempre compra presente pra mim!

Só fiz rir.
Ainda bem que ele sabe! Mas já não se fazem mais crianças como antigamente. :/


FotoTexto


            Outro dia, mostrei ao meu filho minha velha amiga, uma câmera fotográfica Yashica. Percebi que ele, que agora está com 6 anos, nunca tinha visto outro tipo de câmera que não as digitais. Pois bem, fui lá, peguei a “CHICA” e apresentei-a ao meu rebento com toda pompa e circunstância. Logo de primeira ele me indaga: “Mas mãe, onde vê a foto?” Ali, naquele momento, senti um aperto no coração. Mostrei um rolo de filme, abri a câmera, e disse como funcionava. Ele olhava aquilo como algo muito distante dele e com razão. Aí dessa vez, fez o contrário: perguntou-me onde se colocava o filme na câmera digital (ele não havia visto ainda os cartões de memória).

          Uma boa experiência... constatar ali, na prática, ao vivo e a cores, que já vivi, presenciei, tive coisas que hoje são obsoletas. E olhe que ainda não cheguei na casa dos quarenta anos de idade. O tempo passa, a tecnologia voa.

Foi então que recordei que um dia, bem antes desta era da foto digital, tentei ser fotógrafa. Comprei livros sobre o assunto, ganhei livros sobre o assunto. Adquiri máquina fotográfica com direito a lente zoom e tripé, de quebra. Passava horas admirando aquelas fotografias lindíssimas dos livros.

Fotômetro, diafragma, obturador, perspectiva, enquadramento eram palavras que passavam a fazer parte do meu incipiente universo fotográfico. Nunca tive muita vocação pra autodidata, então tratei logo de procurar um curso. Sim, um curso me tornaria a fotógrafa que sonhei ser.

“Agora sim, agora vai”, pensei. Afinal de contas, fazendo um curso, eu teria a disciplina necessária, horário, conteúdo organizado, exercícios práticos. Teria um mestre a desvendar-me os mistérios da luz, a revelar-me os truques daquelas imagens tão cheia de efeitos que via nos livros. Como captar a alma de uma pessoa em um retrato em preto e branco?  De que forma brinco com a luz tornando aquela foto de paisagem em uma verdadeira pintura? Como registrar a beleza de um animal em movimento? Como fazer um simples sorriso emocionar aqueles que o olham?

Mais que respostas a estas perguntas, buscava uma forma de expressão. Queria mostrar minha forma de ver o mundo. Queria expor à luz os meus sentimentos por meio daqueles cliques, gerando empatia entre o meu olhar e o dos outros. Queria cruzar os olhares. Observar pra ser observada depois, por meio daquela forma de registro tão mágica. Queria tornar a observação concreta, palpável, talvez até personificada ali naquele papel fotográfico. Não apenas os negativos seriam revelados, muitas outras coisas mais...

Diferente de hoje, quando temos a tecnologia digital e já antevemos o resultado das fotos por meio daquela telinha na câmera, tínhamos o escuro, a surpresa, a ansiedade por ver o resultado após o processo de revelação. Buscar aquele envelope recheado com as fotos era um evento. E que decepção quando algo dava errado: filme velado, fotos desfocadas, tremidas, mal enquadradas, com pouca luz ou superexpostas... tudo era possível. Por mais que se conhecesse as técnicas, ter domínio sobre elas não era da noite pro dia. Havia que se gastar muitos cliques e estragar rolos de filme para se chegar lá! Eu mesma me frustrei várias vezes.

            Mas voltando ao assunto do curso de fotografia. Ocorreu que, em algum momento daquele processo, descobri que me aborrecia com toda a teoria em torno da feitura de uma foto. O que antes era minha curiosidade, tornou-se “burocrático” demais.  O mestre do curso dizia: fazer uma boa foto não é questão de sorte. É técnica. E eu me perguntava: será mesmo? E a sensibilidade onde fica nesta história?

No fundo eu achava que fazer boas fotos era apenas uma questão de sensibilidade e um "olho bom" pra aquela atividade. Adorava apreciar belas fotos, e para isso a tal da sensibilidade não me faltava, graças a Deus. No entanto, eu não tinha aquele “olho” de fotógrafa, nem a paciência necessária para aplicar todo aquele cabedal de técnicas para obter este ou aquele resultado.

Continuei amante da fotografia, porém a paixão tornou-se platônica apenas. Já não quero mais desvendar seus mistérios, já não a quero como fixação. Nossa relação é mais aberta, eu a visito de quando em quando, mas só por diversão, não mais com aquela obrigação de conquistá-la, muito menos ainda querendo dominá-la. Continuo a apreciar sua beleza e me encanto com as imagens feitas por quem tem apenas o tal olho bom ou que  também sabe utilizar as técnicas.

Mas não pense que desisti da fotografia. Descobri que podia fazer meus retratos de outra forma: passei a fotografar com as palavras... ;D