Entre o manto e a concha, inflama o corpo estranho.
Envolvendo em camadas, madrepérola forma a pérola.
Orgânica origem, esférico e duro corpo, assim como o mundo, assim como na vida...
A ostra combate o invasor e nessa luta, nasce a gema pálida, fosca e depois brilhante...
Porque a dor redime e o amor transforma. A lágrima lava, o sorriso consola.
Fui grão de areia, agora sou cobiçada. Já fui verme, hoje sou valorosa.
De madre passei a pérola, forjada na clausura do casulo, nas espumas do imenso mar.
Tal qual a Vênus recém-nascida, parida pela concha protetora,
me lanço ao mundo pra disseminar amor, em seus multicoloridos tons,
ao bel prazer da luz, de minha própria luz e das canções que há em mim.
Igual ao Luthier apaixonado, a marcar seu violão com desenhos multiformes,
Sigo incrustrando em minh' alma, que vibra a cada canto, que pulsa a cada encanto, que sente, sofre, transmuta, que fala, que cala... sigo incrustando, uma a uma, as pérolas do meu eterno viver, no tom que eu bem escolher!!
by Za
Escrito na madrugada de 30.8.2011
Para Eliana Printes, cantora de minha terra que tanto admiro.
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